“Uma
coisa que aprendi com o tempo foi praticar o desapego”.
Tirar
da vida o que não é mais usado, o que acumula esquecido no fundo do armário, e
até no fundo do coração.
O desapego vale não só para coisas materiais. Vale
principalmente para coisas sentimentais. Sabe aquele namoro ou amizade que você
mais se desgasta do que curte? Aquela discussão com o colega de trabalho que
parece nunca ter fim? E aquele desafeto com beltrano ou sicrano por algo que
nem pesa mais no coração? Muitas vezes, deixar ir, deixar pra lá, não fazer
questão de ter a resposta pra tudo sempre, de entender os motivos, faz tão bem
quanto doar aquele casaco antigo que você não usa há anos para alguém que está
precisando.
Há também o desapego 'comportamental'. Aquele que
você deixa de se preocupar com o que os outros vão dizer e vive do jeito que
você quer. Que assume o que você gosta de fato sem pensar em ser julgada por um
nicho que acreditava precisar ser aceita. O desapego comportamental
definitivamente manda as favas a opinião alheia e a sensação de liberdade é
única. É como separar todos aqueles esmaltes encostados há meses e doar para a
manicure simpática do salão do seu bairro. Jogar fora os cadernos da escola,
que não tem mais utilidade alguma e que só ajunta bicho. No caso
comportamental, coleciona coisas ruins.
Falando nisso, o desapego e todas as suas vertentes
oferece um brinde exclusivo que já foi citado de forma bonita neste texto: A
LIBERDADE. Liberdade de fazer escolhas sem olhar pro lado. Liberdade para
comprar o que você precisa de fato, não de mais uma coisa que será esquecida no
fundo da gaveta. Liberdade de poder sentir algo de verdade, e não ter que
guardar algo sincero com medo de magoar alguém que nem está na mesma vibração
que a sua.
Liberdade pra poder se dedicar sem fingir, sem
mentir, ser feliz de verdade. De ter suas próprias opções sem precisar pegar
rabeira em ninguém e sem forçar a barra. O desapego promove tantas coisas boas,
te empurra pra frente, tão pra frente! Mas infelizmente 20% da população
mundial consegue praticá-lo, pois é uma minoria que não tem medo de mudanças,
de se livrar do acúmulo e da possessão por coisas e pessoas.
Por fim, é fato que o desapego é algo muito além de
separar coisas sem uso e doar a quem precisa ou jogar fora. É uma forma de se
desculpar com você mesma por ter sido tão desleixada e negligente. É uma
maneira de renovar as energias, as vibrações, o dia a dia. É com certeza se
permitir começar novos projetos e relacionamentos, conhecer novas pessoas e
experiências. É sair da zona de conforto e ir atrás do que te faz bem de
verdade, e não de algo que você se acostumou ter, sendo boa ou ruim. E acima de
tudo, o desapego é uma forma de promover o autoconhecimento.
O que você precisa e o que excede na sua vida. O
que te complementa ou o que te enche o saco. É saber a hora de parar e de
começar. A hora de deixar ir ou se é hora (de verdade) de ficar.
E se parecer difícil pra você, comece separando um
casaco. Feito isso, passe para o próximo passo: faça uma lista do que você
precisa realmente comprar, e dê prioridade à elas ao invés de entrar naquela
loja de sapatos. Conseguiu? Então é hora de deletar o ex das mídias sociais, o
telefone da agenda, e se for preciso, bloqueie. Sorria para o chato da mesa do
lado no trabalho quando a inconveniência começar. Marque compromissos com quem
deseja ver de verdade. Só comece a se permitir abrir mão do que te impede ser
feliz de verdade."
Nenhum comentário:
Postar um comentário